Quantos milhares de quilometros tenho que percorrer até perceber que meu caminho para casa nunca é o mais curto?
Quantas páginas do velho caderno vão ser ocupadas com as mesmas palavras?
Quantas horas do meu dia/noite/ sempre entardecer, vou perder, até notar que o tempo não volta?
Quantas mais lições vou tomar/ aprender/ensinar, vou calar, até não querer mais saber?
Quero os campos, os montes, as fontes dos tantos outros lugares por onde vou passar.
Quero o longe, o impensado, o intocável.
Quero o silêncio da palavras duras, quero que se calem minhas palavras, não quero mais me enrolar como se fosse um papiro a se esconder.
Quero o arrastar das horas sem ponteiros, não quero ser pontual, quero ver o dia passar, olhar. Ver o céu azul ficar amarelo, negro e novamente azular.
Quero ser mestre das ciências desconhecidas, ensinar ao mar como nada, como nadar, como ser um só ser e ser (aprender a ser) quem já não sou mais.
Quantas lágrimas são precisas para um sentimento ser verdadeiro?
Quanto suor é necessário para um trabalho ser recompensado?
Quanta saliva é preciso para demonstrar um sentimento?
Quantos sorrisos para se mostrar que é feliz?
Quantos papéis para provar que nada é o que se diz?
Quanto custa a felicidade?
Ela se compra com papel verde? se vende com onças, com peixes?
Ela se perde como se tivesse em um labirinto para não mais ser achada?
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