Quanto?

sábado, 8 de outubro de 2011

Quantos milhares de quilometros tenho que percorrer até perceber que meu caminho para casa nunca é o mais curto?
Quantas páginas do velho caderno vão ser ocupadas com as mesmas palavras?
Quantas horas do meu dia/noite/ sempre entardecer, vou perder, até notar que o tempo não volta?
Quantas mais lições vou tomar/ aprender/ensinar, vou calar, até não querer mais saber?

Quero os campos, os montes, as fontes dos tantos outros lugares por onde vou passar.
Quero o longe, o impensado, o intocável.
Quero o silêncio da palavras duras, quero que se calem minhas palavras, não quero mais me enrolar como se fosse um papiro a se esconder.
Quero o arrastar das horas sem ponteiros, não quero ser pontual, quero ver o dia passar, olhar. Ver o céu azul ficar amarelo, negro e novamente azular.
Quero ser mestre das ciências desconhecidas, ensinar ao mar como nada, como nadar, como ser um só ser e ser (aprender a ser) quem já não sou mais.

Quantas lágrimas são precisas para um sentimento ser verdadeiro?
Quanto suor é necessário para um trabalho ser recompensado?
Quanta saliva é preciso para demonstrar um sentimento?
Quantos sorrisos para se mostrar que é feliz?
Quantos papéis para provar que nada é o que se diz?
Quanto custa a felicidade?
Ela se compra com papel verde? se vende com onças, com peixes?
Ela se perde como se tivesse em um labirinto para não mais ser achada?

Onde ela pode ser encontrada?

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